quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Queria tanto gostar! Planejamento e modificação de repertório comportamental- parte 1

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Com frequência escuto a seguinte frase: Queria tanto gostar! Estudantes precisam estudar e ler muito para não repetir o ano, mas não gostam das tarefas que envolve o estudar; e têm os trabalhadores que não apreciam o trabalho no qual estão, mas precisam do salário para pagar contas; algumas pessoas precisam mudar hábitos alimentares e inserir atividades físicas em sua rotina para não perder a saúde, mas permanecem no sedentarismo...

Desta forma, estamos apenas tentando driblar as consequências aversivas! Mas será que é possível fazer de outra maneira e modificar o comportamento para obter ganhos e realizar uma tarefa porque “gostamos do que estamos fazendo?”, porque somos recompensados não somente pelo alívio de nos livrar de um aversivo, mas também, pela felicidade de concluir algo com êxito, alcançar um objetivo e desenvolver uma habilidade que melhora o desempenho! Sim, ouso dizer que sim, nós podemos! E como isso pode ocorrer? Com planejamento.

Segundo Skinner "Seja inato ou adquirido, o comportamento é selecionado por suas consequências.” (1983, p.155). Então, você já sabe de qual comportamento precisa aprender a gostar?


Em análise do comportamento verificamos uma tríade de elementos (CONTEXTO- COMPORTAMENTO- CONSEQUÊNCIA) para avaliar o comportamento funcionalmente, identificar repertório atual e programar sua modificação. Alguns comportamentos são imprescindíveis para atingir objetivos particulares. Só é estudante quem estuda, só é trabalhador quem trabalha e quando o assunto é melhorar o desempenho, especificar condutas para desenvolver e fortalecer um repertório comportamental compatível com os objetivos é um bom caminho, que pode ficar ainda melhor de trilhar quando aprendemos a amar o que fazemos. 

"Quando nosso comportamento é reforçado positivamente, nós dizemos que gostamos do que estamos fazendo; dizemos que estamos felizes." (Skinner, 1978 , p.5)


Luciana Alves
Psicóloga
Analista do comportamento
Especialista em liderança
Consultora Organizacional Consulte3C

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

PROGRAME SEU SUCESSO!!!

Quer conhecer mecanismos para ser um líder de alto desempenho?

Treinamento de Liderança: programando contingências para o sucesso.


Em Maceió nos dias 17/09 e 24/09 de 2016 no Holiday Inn Express em Maceió.
Oportunidade imperdível!


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Autocontrole



Sabe aquele regime que você precisa começar? E o tcc que ainda não finalizou? E outras várias ações que só dependem de você para acontecer? Existe algo em comum necessário para a realização de todos eles: o autocontrole.
Muitos o denominam de força de vontade, força interior, desejo, motivação... Enfim, existe uma infinidade de adjetivos que são usados para explicar o que leva uma pessoa a se comportar, de modo a alcançar seus objetivos. Todavia, tais nomenclaturas nada explicam o que faz uma pessoa conduzir seus comportamentos na direção de seus objetivos, o que de fato é relevante nesse processo é a compreensão das variáveis das quais o comportamento é função, isto é, qual a finalidade da ação e as consequências obtidas pela sua execução.
Todo comportamento ocorre em um contexto, que funciona como estímulo antecedente, e é seguido de uma consequência, que é responsável pela ocorrência futura do mesmo, ou seja, quando aumenta a probabilidade do comportamento voltar a ocorrer, dizemos que a consequência foi reforçadora, e quando tal probabilidade de ocorrência futura diminui compreendemos que a consequência para o comportamento foi punitiva. O autoconhecimento é um grande aliado nesse processo pois possibilita compreender os próprios comportamentos na relação com os outros, onde o sujeito é capaz de observar as condições que o antecede e as consequências que ocorrem no ambiente em seguida a sua apresentação, e a partir daí intervir fazendo um arranjo para que as variáveis favoreça a resposta necessária.
Assim, quando deixamos de nos comportar em prol das atividades que nos aproximam dos nossos objetivos, não dizemos que é por falta de desejo ou força de vontade, mas que as consequências pela realização da ação não apresentam reforçadores imediatos para o sujeito da ação. Desta forma, o autocontrole é justamente a capacidade de adiar consequências imediatas em prol de consequências tardias, um exemplo claro se dá quando se abre mão de aproveitar intensamente os finais de semana para estudar para um concurso, que requer tempo e esforço do candidato.
Saber aonde se quer chegar é tão importante como se comportar para esse fim. Por essa razão, tenha objetivos claros, se planeje e utilize estratégias para instalar e manter os comportamentos indispensáveis para que alcance seus objetivos.

Aprender autocontrole é treino. Exercite!

Dulce Marques
CRP-15/3714
Psicóloga Analista do Comportamento
& Consultora Organizacional - @consulte_3c
Especialista em Liderança e Consultoria Organizacional
Membro-fundadora do Instituto de Análise do Comportamento - IAC
dulcemarques.ac@gmail.com

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Tornar-se valioso x Perder o valor.

Você já parou para analisar quais os comportamentos que te tornam valioso para um ambiente e quais fazem você perder o valor?
 Para exemplificar vamos recorrer aos nossos ancestrais. Você já se perguntou o que fez a nossa espécie sair do chão, ficar ereto e andar sob dois membros? Quais fatores tornaram essa mudança valiosa para a sobrevivência no ambiente enquanto a maioria dos animais permaneceu quadrupede? Será que os nossos ancestrais fatigados de ficar de quatro patas resolveram se levantar?
A ciência nos diz que foram as pressões do ambiente! Aumento de temperatura, espaços arbóreos substituídos por grandes áreas desérticas, savana e campos repletos de grama. Sem a segurança das alturas, nossos ancestrais desceram das árvores e a posição bípede foi selecionada por favorecer maior possibilidade de controle da temperatura do corpo, aumento do campo de visão para visualizar predadores e presas, membros superiores livres para carregar alimento e prole.
As modificações morfológicas foram intensas, os achados fósseis identificados como de organismo bípedes, apresentam uma série de alterações como o aumento no número e tamanho de vertebras para favorecer o equilíbrio, tamanho e espessura do fêmur para suportar o peso do corpo e diminuição do hálux, osso do dedão do pé.
As variações foram selecionadas devido ao valor para a sobrevivência e o programador no contexto evolutivo foram as pressões do ambiente.
Partindo da referência do bipedalismo podemos fazer essa análise em relação ao diversos ambientes que frequentamos. No ambiente de trabalho, por exemplo, comportamentos direcionados para atingir os objetivos organizacionais são relevantes para o bom desempenho do colaborador, e se temos um ambiente programado para fortalecer esses comportamentos é provável que sejam selecionados e estejam presente de forma predominante no ambiente em detrimento de outros de menor relevância. 
O ambiente, no processo evolutivo, não estabeleceu o bipedalismo como um objetivo a ser alcançado, esse processo ocorreu ao acaso de modo muito lento e selecionou características que favoreceram a existência da vida humana na forma como conhecemos hoje. Para o caso da organização não é necessário esperar milhares de anos, programar contingências para selecionar comportamentos valiosos para a sua sobrevivência é construir um ambiente que favorece o desenvolvimento de pessoas.

"Um ambiente físico e cultural diferente fará um homem diferente e melhor." (Skinner, 1989, p.84).

Luciana Alves
CRP 15/4133
Psicóloga,
Especialista em liderança e consultoria organizacional
Membro-fundadora do Instituto de Análise do Comportamento - IAC
luciana.al.3c@gmail.com