quarta-feira, 1 de junho de 2016

Tornar-se valioso x Perder o valor.

Você já parou para analisar quais os comportamentos que te tornam valioso para um ambiente e quais fazem você perder o valor?
 Para exemplificar vamos recorrer aos nossos ancestrais. Você já se perguntou o que fez a nossa espécie sair do chão, ficar ereto e andar sob dois membros? Quais fatores tornaram essa mudança valiosa para a sobrevivência no ambiente enquanto a maioria dos animais permaneceu quadrupede? Será que os nossos ancestrais fatigados de ficar de quatro patas resolveram se levantar?
A ciência nos diz que foram as pressões do ambiente! Aumento de temperatura, espaços arbóreos substituídos por grandes áreas desérticas, savana e campos repletos de grama. Sem a segurança das alturas, nossos ancestrais desceram das árvores e a posição bípede foi selecionada por favorecer maior possibilidade de controle da temperatura do corpo, aumento do campo de visão para visualizar predadores e presas, membros superiores livres para carregar alimento e prole.
As modificações morfológicas foram intensas, os achados fósseis identificados como de organismo bípedes, apresentam uma série de alterações como o aumento no número e tamanho de vertebras para favorecer o equilíbrio, tamanho e espessura do fêmur para suportar o peso do corpo e diminuição do hálux, osso do dedão do pé.
As variações foram selecionadas devido ao valor para a sobrevivência e o programador no contexto evolutivo foram as pressões do ambiente.
Partindo da referência do bipedalismo podemos fazer essa análise em relação ao diversos ambientes que frequentamos. No ambiente de trabalho, por exemplo, comportamentos direcionados para atingir os objetivos organizacionais são relevantes para o bom desempenho do colaborador, e se temos um ambiente programado para fortalecer esses comportamentos é provável que sejam selecionados e estejam presente de forma predominante no ambiente em detrimento de outros de menor relevância. 
O ambiente, no processo evolutivo, não estabeleceu o bipedalismo como um objetivo a ser alcançado, esse processo ocorreu ao acaso de modo muito lento e selecionou características que favoreceram a existência da vida humana na forma como conhecemos hoje. Para o caso da organização não é necessário esperar milhares de anos, programar contingências para selecionar comportamentos valiosos para a sua sobrevivência é construir um ambiente que favorece o desenvolvimento de pessoas.

"Um ambiente físico e cultural diferente fará um homem diferente e melhor." (Skinner, 1989, p.84).

Luciana Alves
CRP 15/4133
Psicóloga,
Especialista em liderança e consultoria organizacional
Membro-fundadora do Instituto de Análise do Comportamento - IAC
luciana.al.3c@gmail.com

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