Você
já parou para analisar quais os comportamentos que te tornam valioso para um
ambiente e quais fazem você perder o valor?
Para exemplificar vamos recorrer aos nossos
ancestrais. Você já se perguntou o que fez a nossa espécie sair do chão, ficar
ereto e andar sob dois membros? Quais fatores tornaram essa mudança valiosa
para a sobrevivência no ambiente enquanto a maioria dos animais permaneceu
quadrupede? Será que os nossos ancestrais fatigados de ficar de quatro patas
resolveram se levantar?
A
ciência nos diz que foram as pressões do ambiente! Aumento de temperatura,
espaços arbóreos substituídos por grandes áreas desérticas, savana e campos
repletos de grama. Sem a segurança das alturas, nossos ancestrais desceram das
árvores e a posição bípede foi selecionada por favorecer maior possibilidade de
controle da temperatura do corpo, aumento do campo de visão para visualizar predadores
e presas, membros superiores livres para carregar alimento e prole.
As
modificações morfológicas foram intensas, os achados fósseis identificados como
de organismo bípedes, apresentam uma série de alterações como o aumento no
número e tamanho de vertebras para favorecer o equilíbrio, tamanho e espessura
do fêmur para suportar o peso do corpo e diminuição do hálux, osso do dedão do
pé.
As
variações foram selecionadas devido ao valor para a sobrevivência e o
programador no contexto evolutivo foram as pressões do ambiente.
Partindo
da referência do bipedalismo podemos fazer essa análise em relação ao diversos
ambientes que frequentamos. No ambiente de trabalho, por exemplo,
comportamentos direcionados para atingir os objetivos organizacionais são
relevantes para o bom desempenho do colaborador, e se temos um ambiente
programado para fortalecer esses comportamentos é provável que sejam
selecionados e estejam presente de forma predominante no ambiente em detrimento
de outros de menor relevância.
O
ambiente, no processo evolutivo, não estabeleceu o bipedalismo como um objetivo
a ser alcançado, esse processo ocorreu ao acaso de modo muito lento e
selecionou características que favoreceram a existência da vida humana na forma
como conhecemos hoje. Para o caso da organização não é necessário esperar
milhares de anos, programar contingências para selecionar comportamentos
valiosos para a sua sobrevivência é construir um ambiente que favorece o
desenvolvimento de pessoas.
"Um
ambiente físico e cultural diferente fará um homem diferente e melhor."
(Skinner, 1989, p.84).
Luciana Alves
CRP 15/4133
Psicóloga,
Especialista em liderança e consultoria organizacional
Membro-fundadora do Instituto de Análise do Comportamento - IAC
luciana.al.3c@gmail.com
luciana.al.3c@gmail.com
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