quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Análise Funcional e Planejamento Estratégico Para Uma Vida Com Resultados


Planejar, segundo o dicionário, corresponde ao “ato ou efeito de prever, antecipar, ou vislumbrar algo que ainda não aconteceu; preparar; projetar”, é, portanto, um comportamento que acompanhou a evolução das espécies, onde os organismos que melhor desenvolveram essas habilidades obtiveram sucesso evolutivo.
Um breve exemplo são os leões que para desempenharem os comportamentos de caça, proteção e procriação, estabelecem uma organização onde os machos protegem seu bando, por um período de até 3 anos, enquanto acasalam e procriam até serem expulsos por outros machos e o ciclo voltar a se repetir, uma vez que a função de sobrevivência da espécie é mantida. 
Compreender os determinantes do comportamento torna-se útil, pois possibilita especificar as condições nas quais um determinado comportamento passou a ser apresentado, além de sua função em determinada situação e consequências para o organismo, esse processo pode ser identificado a partir da análise funcional.
Todo comportamento é, na abordagem da Análise do Comportamento e na filosofia do Behaviorismo Radical, conforme seu precursor Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), selecionado em três níveis: o filogenético, o ontogenético e o cultural.
A filogênese diz respeito à história evolutiva das espécies que contribuem para a sobrevivência dos organismos a partir dos primeiros contatos com o meio. Já a ontogênese refere-se à determinação dos comportamentos aprendidos ao longo do seu ciclo de vida. E a cultura é representada pelos padrões de condutas, milenares e transitórios, culturalmente estabelecidos no ambiente que o sujeito interage.
 Analisar funcionalmente o comportamento de planejar nos leva a compreender que todo comportamento precede estímulos presentes no ambiente, denominado contexto, e seguido de uma consequência que influenciará na frequência de sua ocorrência futura. As consequências imediatas tem maior peso no comportamento de escolha, dessa forma, planejar grandes objetivos torna-se muito mais difícil, pois exige considerar os reforços a longo prazo, e estabelecer estratégias no ambiente para o seu alcance.
Por sua efetividade, quanto à discriminação de variáveis presentes em cada ambiente, e o estabelecimento de objetivos e metas para o alcance de resultados, a análise funcional representa uma valiosa ferramenta a ser inserida no planejamento estratégico, por contribuir com a programação de comportamentos que favorecem para o melhor desempenho na vida pessoal e profissional.
Em todas as profissões o planejamento acaba sendo utilizado: o professor para ministrar uma aula, o arquiteto para projetar uma casa, o ator para apresentar uma peça, o músico para um conserto, e assim por diante. As consequências oriundas destes esforços são predominantemente imediatas, sendo comum visualizar apenas seu produto final e negligenciar seus processos de planejamento.
O Planejamento Estratégico (PE) é uma ferramenta predominantemente usada pela administração, que contribui para o norteamento de práticas e tomadas de decisões dos dirigentes a partir de uma análise macro e micro do ambiente empresarial, que compreende o nível estratégico, tático e operacional.
Planejar estrategicamente exige a capacidade de analisar funcionalmente os comportamentos dentro da relação entre eventos (contexto-comportamento-consequência), compreendendo que o comportamento será selecionado por suas consequências, independente que seus objetivos sejam: passar num concurso, estruturar um negócio, comprar um imóvel ou até mesmo casar.
Planejamento e ação são recomendados para todas as pessoas que aspiram ter grandes resultados, todos estes frutos de um plantio, por vezes, árduo e repleto de renúncias de consequências reforçadoras imediatas. Dessa maneira, planejar para agir é o melhor caminho para uma vida com resultados.

Dulce Marques
CRP-15/3714
Psicóloga Clínica Comportamental
& Consultora Organizacional
dulcemarques.ac@gmail.com

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